segunda-feira, 23 de setembro de 2019

ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA

Entrevista realizada por Shayra Barreto

Entrevistados: Maria Clementina L. da Silva, (82 anos) e 
                          José Pereira L. da Silva (86 anos)


Entrevistador: 
Fale sobre como era o bairro na época quando vocês chegaram. Quais as formas de sustento? Quem povoou o bairro? Como aconteceu o desenvolvimento do bairro? Já ouviu falar sobre a "Estrada das Boiadas"?


Entrevistados: 

O bairro Alto do Peru desde a minha chegada em 1954 sempre se chamou Alto do Peru. As casas eram feitas de palha e o chão de barro, além disso, não havia muitos moradores e o local onde resido hoje, era uma fazenda (não recordo o nome do dono da fazenda).
A forma de sustento das mulheres do bairro naquela época era a "Roupa de Ganho". Havia uma grande lavanderia ao lar livre onde hoje encontra-se a Embasa e a Caixa D'água. A maioria das mulheres lavavam roupas para os bairros nobres. Eu (Maria Clementina), lavava roupa para moradores do bairro da Barra. Outra opção de sustento para as mulheres do bairro era o trabalho doméstico e a venda de quitutes(acarajé e abará). Para os homens, a forma de sustento era o trabalho ambulante. Seu avô, por muito tempo, vendeu balas e doces no bairro do Comércio. 
O bairro foi crescendo com a chegada de pessoas vindas do interior da Bahia e da região metropolitana de Salvador. O comércio local foi crescendo, apareceram mais vendas e bancas de feira, o depósito de carvão da San Martins, o shopping do Largo do Tanque e etc. Assim, as pessoas passaram a trabalhar mais próximas de casa. Eu (José Pereira), abri uma barraca a 100m de casa, onde vendi doces e bebidas e esta foi a minha forma de sustento por anos.
Quanto a estrada das Boiadas "existe um fundamento grande na história desse nome, só que não sei informar. Sei que a estrada de Campinas de Pirajá faz parte dela".

3 comentários:

  1. Conheço bem os entrevistados, são uns dos moradores mais antigos do bairro. Têm muita história p contar !!

    ResponderExcluir
  2. Enriquecedora a contribuição de Dona Maria Clementina e do Sr. José para o trabalho.
    Parabéns, Shay!

    ResponderExcluir